Três anos após um dos maiores ataques sanguinários ocorridos no Distrito Federal, uma sobrevivente de Lázaro Barbosa pede por justiça. A família contratou detetives para investigar o caso e descobriu que o criminoso foi preso em uma blitz de trânsito e solto dias antes da chacina. Priscila Vidal Brandão alega que, se ele tivesse ficado preso, o crime teria sido evitado, e, portanto, fez um pedido de indenização contra o governo do estado.
Segundo o advogado da família, Ricardo Cardoso, Lázaro esteve nas mãos da Polícia Civil do Distrito Federal, mas não foi detido. “100% de certeza. Não tenho provas, mas tenho diversos indícios robustos, com depoimentos, quebra de sigilo telefônico e ocorrência da Polícia Militar que demonstram ser a pessoa de Lázaro [parado pelos agentes]”, disse Ricardo Cardoso ao Cidade Alerta, da Record TV.
No dia 6 de junho de 2021, a Polícia Militar montou uma blitz em Brazlândia (DF). Um motociclista foi parado e, sem documentos, disse que seu nome era Patrick Rodrigues de Souza, o que não constava no sistema policial, sendo levado à delegacia. Como não tinha habilitação em mãos, foi outro motociclista que ajudou na soltura.
Durante a apuração dos detetives, foi pedida a quebra do sigilo telefônico de Lázaro e da sua esposa. Três pessoas testemunharam o dia da blitz. Um motoboy que prestou depoimento disse que recebeu uma ligação de uma mulher pedindo para buscar uma moto apreendida em Brazlândia. Além disso, há um documento na 18° DP que confirma a apreensão do veículo de um homem chamado Patrick.
“Não acredito que minha família inteira morreu banalmente. Porque se ele tivesse sido preso, não teria matado ninguém, não teria chegado aqui e nem feito as maldades que fez”, desabafou a sobrevivente, Priscila Brandão, ao Cidade Alerta, da Record TV.
Ricardo Cardoso disse que, apesar do homem ter mentido sua identidade, a polícia deveria ter procurado alguma DE que tenha coletor de digital ou Instituto de Criminalística. O advogado ainda falou que se os policiais tivessem feito a identificação, Lázaro estaria preso. “Essa família estaria viva hoje”, revelou.
Lázaro, que tinha 32 anos, matou quatro pessoas de uma família em Ceilândia no dia 9 de junho de 2021. Ele fugiu para Cocalzinho de Goiás em um carro roubado. Desde então, ficava escondido na mata. Durante esse período, ele recebeu ajuda de familiares e de um fazendeiro.
Além disso, Lázaro Barbosa era suspeito de mais de 30 crimes em Goiás, Bahia e Distrito Federal. Entre eles estava homicídio, estupro e roubo. Durante as buscas a Lázaro, policiais chegaram a trocar tiros com ele. Uma família foi feita refém e resgatada sem ferimentos da mata. No dia 28, ele entrou novamente em confronto com os agentes em Águas Lindas de Goiás e acabou morrendo baleado.
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